O medo é necessário para nos proteger dos perigos. Por exemplo, ter medo de se atirar
                                    num mar é proteger-se da morte por afogamento. Para que e por que nossos pais nos
                                    ensinam que é perigoso debruçar-se em janelas ou atravessar a rua sozinhos? Porque
                                    eles têm a certeza de que a não percepção do perigo poderá ter resultados desastrosos
                                    para nossa vida.
                                
                                
                                    No entanto, todos nós já sentimos alguns medos sem qualquer razão lógica, com maior
                                    ou menor intensidade, alguns passageiros, outros que demoram mais para desaparecer.
                                
                                
                                    Não é muito fácil reconhecer os próprios medos, mas é o melhor caminho para enfrentá-los
                                    e tentar resolvê-los. No dia-a-dia dizemos que sentimos medo de diversas coisas,
                                    desde um cão ameaçador, até uma preocupação em ser repreendido pelo professor na
                                    escola.
                                
                                
                                    Quando você sentir medo procure expressá-lo a alguém de sua confiança. A angústia,
                                    antes sem nome, passa a ser nominada e localizada em alguém ou alguma coisa. É muito
                                    mais fácil fugir de um cavalo que morde do que fugir de uma ameaça que não sabemos
                                    qual é.
                                
                                    Vencer o medo é importante e nos fortalece, dando-nos a sensação de vigor e coragem.
                                    À medida que vamos crescendo, começamos a perceber o quanto de imaginário ou real
                                    existe em cada um de nossos medos e o quanto eles são imediatos ou distantes.
                                
                                    A simples presença dos pais pode trazer alívio. Para a criança pequena, os pais
                                    são criaturas poderosas e a segurança de seus braços afasta muitos perigos reais
                                    ou imaginários.
                                
                                    No entanto, as crianças que têm medo excessivo de quase tudo, de cachorros, de subir
                                    escadas, de mar ou de piscina, ou de ficarem sozinhas, podem indicar, por exemplo,
                                    que o ambiente familiar em que vivem não está lhes dando a segurança necessária.
                                    Isto é freqüente quando as crianças são superprotegidas pelos pais, impedindo-as
                                    de desenvolver as próprias capacidades. Nos casos mais graves, pais e filhos devem
                                    procurar ajuda especializada.
                                
                                Cybele Carolina Moretto - Psicóloga e Membro da Diretoria da Associação Pró-reintegração Social
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